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terça-feira, 26 de abril de 2011

Autor diz ignorar a Biblia

O escrito A. C. Grayling autor da Bíblia Humanista afirmou a Folha de São Paulo que não é “contra a religião”. Apenas a ignora. Para ele The Good Book: A Humanist Bible (o livro bom: uma bíblia humanista, na tradução literal) quer ser fonte de inspiração, reflexão e consolo, partindo da tradição laica do Ocidente e do Oriente.
Publicado há duas semanas na Inglaterra, o livro está na lista de mais vendidos. Foi comprado, aqui no Brasil,  pela editora Objetiva/Alfaguara e sairá em 2012. Com bom humor, Grayling conta que sua mulher fez para ele um cartão que diz: “Achava que era ateu até que descobri que era Deus”.
Folha – Com a bíblia laica, o senhor diz ajudar leitores a ter uma vida boa. O que é isso?
A. C. Grayling - Ser bom e ter afetos costumam levá-lo a ter uma vida melhor. Diferentemente da Bíblia, porém, este livro mostra que não há modo único de conduzir a vida, que é muito curta para tantas brigas. O mais importante é que o leitor pense por si mesmo e não tenha de seguir regras irracionalmente.

“Tudo de que você precisa é amor”, “Pense por si mesmo” e “a vida é muito curta para tantas brigas” são letras dos Beatles.
Não tinha pensado nisso. É a prova de que essa sabedoria pode ser encontrada também no senso comum.

Em oposição à Bíblia, o livro sugere retornar aos gregos?
Não só aos gregos, mas à tradição humanista que começa com eles e permanece até hoje. E, apesar de ateu, não quis me opor à Bíblia, apenas mostrar a sabedoria que nasce dos próprios homens sem tratar de Deus ou de vida após a morte.
Se não se opõe, por que se baseou na estrutura da Bíblia?
Primeiro porque o livro se torna muito acessível: você pode ler um ou dois trechos e pensar a respeito. E sem autores citados, você se concentra no que é dito, e não em quem e quando disse.

É inevitável querer saber de quem é cada citação…
Várias pessoas reclamam disso. Mas é como ver uma exposição e se concentrar nas legendas. O mais importante são as pinturas. E quer saber? Queria não ser identificado como autor do livro. Meus editores não deixaram.

Por que a religião voltou a ser tema de livros e da mídia?
Justamente por causa do seu declínio.

Fonte: Folha de São Paulo

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