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quarta-feira, 16 de novembro de 2011



IDOSA EVANGELIZA NOVA YORK
Brasileira está a mais de 40 anos evangelizando no coração americano
    Irmã Moraes encontrou uma maneira de cumprir com o mandato de Jesus de ir por todo o mundo e pregar o evangelho. Nascida no Brasil esta a mais de  40 anos evangelizando no coração de Nova York. Essa mulher de 84 anos, que guardou de tal forma em seu coração o mandato de anunciar o evangelho, que tem estado pregando nas ruas de Manhattan durante décadas.
     Precisamente alí, na Times Square, famosa por suas brilhantes luzes de néon e os espetáculos de Broadway, os pedestres se encontram com Irmã Moraes, que dedicou sua vida à pessoas que caminha tateando, sem conhecer a Jesus.
    Por mais de 40 anos, esta anciã distribui folhetos no Grande quarteirão e conversa com as pessoas acerca do amor de Jesus.
     Quando lhe perguntam: “Por que decidiu fazer isto?”, ela responde com doçura: “Deus me disse que o fizesse”.
    Irmã Morães nasceu no Brasil, e mora em Nova York desde 1964, e segue melhorando cada dia seu inglês. O idioma nunca foi um impedimento para regressar noite após noite ao coração de Nova York para orar e dar testemunho de Cristo.
    Times Square pode parecer um lugar pouco provável para evangelizar a tanta gente que deseja divertir-se, desfrutando das vistas, músicas e espetáculos. Mas irmã  Moraes pensa que é o lugar perfeito para dizer às pessoas sobre o Senhor Jesus.
    Tanto jovens como adultos se sentem atraídos por seus brilhantes olhos e seu espírito suave, e param para falar com ela. “O mais difícil é o frío. Me faz sentir congelada, então tenho que ir para casa”, admite.
Fonte: CT

3 Razões porque a Igreja Universal pode ser considerada uma seita.


Outro dia eu afirmei que a Igreja Universal do Reino de Deus não pode ser considerada uma Igreja protestante ou evangélica, simplesmente pelo fato de que a sua teologia é sincrética, antropocêntrica e demoníaca. Além disso, ela não possui nenhuma relação teológica ou confessional com as expressões da Reforma, antes pelo contrário, seus ensinamentos contrapõem-se as doutrinas da ortodoxia evangélica.

Hoje eu gostaria de forma prática e objetiva explicar porque considero a IURD uma seita.

Isto posto, gostaria de refletir juntamente  com você sobre  três pontos que apontam a constituição de uma seita:

1. Exclusivismo salvífico - Embora a IURD diga que "só Jesus salva", ela condiciona a salvação às suas práticas e crendices, através da "posse de elementos salvíficos, como rosas ungidas, óleos especiais além de outros tipos de quinquilharias mágicas.

2. Liderança espiritual, absoluta , inquestionável e indissolúvel.  Em qualquer estrutura de liderança evangélica, qualquer denominação, independente se é reformada ou não,  um líder com 1/10 das distorções teológicas do Bispo Macedo teria caído. Lamentavelmente em instituições  como a IURD onde a Palavra proferida ou dita pelo líder primaz  é inquestionável  aberrações teológicas são cometidas.

3- Distorções basilares sobre a fé.  As doutrinas da IURD são sincréticas. Ainda que afirmem sua fé na Palavra de Deus, sua prática doutrinária demonstra outra coisa, junta-se a isso o fato de que a Universal relativiza a graça de Deus, pregando conceitos pagãos e absolutamente contrários as Escrituras Sagradas. Nesta perspectiva, entrevistam demônios, "comercializam" as bênçãos do Senhor, além é claro, de determinar que o crente em Jesus é um sócio do Todo-Poderoso.  Para piorar a situação, sua soteriologia é pelagiana, sou pneumatologia manipuladora, e sua fé maniqueísta.  Além disso,  encontramos nela  a prática da simonia,  da venda de indulgências além é claro de uma distorcida base teológica.

Isto posto, não possuo a menor  dúvida em afirmar que a IURD não pode ser considerada uma Igreja evangélica ou protestante.

Com dor no coração,

Renato Vargens

Traficante Nem garante que não irá para o inferno porque lê a Biblia

O traficante Antonio Francisco Lopes, o Nem da Rocinha (foto), preso na última semana numa blitz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, concedeu uma entrevista à Revista Época dias antes de sua prisão. Nessa entrevista, Nem fala de sua crença, de suas ideias a respeito do tráfico e das leis e da sociedade: “Não uso droga, só bebo com os amigos”, afirma Nem.
A entrevista, que a pedido de Nem, não pode ser gravada pela jornalista Ruht de Aquino, foi feita em um campo de futebol, em meio aos boatos de que estava planejando se entregar à Polícia.
Falando sobre religião, o traficante mostra confiança no que entende como certo, e acredita que não irá para o inferno: “Leio a Bíblia sempre, tento impedir garotos de entrar no crime, dou dinheiro para comida, aluguel, escola, para sumir daqui. Faço cultos na minha casa, chamo pastores. Mas, não tenho ligação com nenhuma igreja. Minha ligação é com Deus. Aprendi a rezar quando criancinha, com meu pai. Mas só de uns anos pra cá, comecei a entender melhor os crentes. Acho que Deus tem algum plano pra mim, Ele vai abrir alguma porta. Não vou para o inferno”.
Em sua matéria, a jornalista conta que ao encontrar o traficante, ele conversava com um pastor e pedia que ele o mantivesse informado sobre um rapaz que tinha tido uma recaída: “Pegou ele, Pastor? Não pode desistir. Caraca, ele estava limpo, sem droga, tinha encontrado um emprego… Me fala depois”. Sobre a recuperação das comunidades, Nem defende a ação da igreja, que segundo ele, nunca deve desistir de ninguém: “A igreja não pode desistir de nunca de recuperar alguém”.
Fonte: Gospel+

Ricardo Gondim faz nova declaração polêmica sobre gays

Pastor questiona mais uma vez a interpretação tradicional das Escrituras


Ricardo Gondim faz nova declaração polêmica sobre gays
Perguntado se era favor da união civil entre homossexuais, sua resposta foi contundente: “Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis.
A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossexuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade”.
Além de muitas críticas de outros pastores por conta desta posição, isso fez com que o pastor Gondim deixasse, após muitos anos, de ser colunista da revista Ultimato.
Dizendo-se o “herege da vez”, na mesma reportagem, Gondim explicou seu desgaste com os demais pastores por conta de suas posições teológicas a respeito de outras declarações suas a respeito da natureza de Deus e a interpretação da Bíblia.
O Brasil vive um clima de “guerra” declarada na luta pelos direitos da comunidade gay e a postura ferrenha dos pastores que veem nisso uma tentativa de destruir a família tradicional. Se por um lado a violência contra os homossexuais tem sido constantemente denunciada de forma acertada e o discurso religioso apontado [para alguns, de maneira equivocada] como um dos causadores, por outro, a tentativa de proibir qualquer expressão de pensamento contrário à prática homossexual é visto como censura.
Há, de fato, um elemento complicador nesse debate. Por isso, ao que nos parece, um consenso está longe de ser alcançado.
No início deste mês, em outra matéria da revista Carta Capital que questionava “Ser gay é pecado?”, Gondim voltou a falar sobre a questão homossexual. Sua declaração pareceu ambígua:
“A Bíblia, infelizmente, tem sido usada para defender quaisquer posicionamentos, desde a escravidão (sobram textos que legitimam a escravatura) ao genocídio. Como o sexo é uma pulsão fundamental da existência, o controle sobre essa pulsão mantém um fascínio enorme sobre quem procura preservar o poder. Assim, o celibato católico e a rígida norma puritana não passam de mecanismos de controle. O uso casuístico das Escrituras na defesa de posturas consideradas conservadoras ou ‘ortodoxas’ não passam, como dizia Michel Foucault, de instrumentos de dominação”.
Sem tomar posição sobre ser ou não ser pecado (a pergunta levantada pela revista), ele se exime de uma declaração teológica, optando por tratar o assunto dentro da esfera das “relações de poder”.
O pastor Zwinglio Rodrigues, por exemplo, não acredita ser esse o caminho mais indicado. Questionado pelo Gospel Prime sobre a declaração de Gondim, escreveu:
“Para o já falecido Foucault, a temática sexo demonstra de forma cristalina o interesse de um dado poder político [o qual chamo aqui de xy] em condicionar o comportamento e a conduta do sujeito. A partir disso, dá-se uma super-repressão dominadora que objetiva satisfazer os interesses do poder político xy. A isso é dado o nome de biopoder.
Quando Gondim fala sobre ‘o uso casuístico das Escrituras na defesa de posturas consideradas conservadoras ou ‘ortodoxas’, ele acusa os cristãos conservadores de ser o poder político xy. O interesse desse grupo é a [suposta] manutenção do status quo na visão ‘gondiniana’. Eu discordo frontalmente dessa conclusão.
Nossa abordagem do assunto parte do ensino claro das Escrituras, coisa que, em minha opinião, o senhor Gondim já abandonou a muito tempo. Não há projeto de poder por trás do nosso discurso. O que existe é fidelidade a textos como Romanos 1:24-27 que desaprova a prática homossexual e demonstra o estado de pecado dos praticantes do homossexualismo  que precisam se reconciliar com Deus através do Mediador Jesus Cristo. Essa conversa sobre dominação, nesse caso, não passa de um papo sociológico que não respeita a Bíblia. Definitivamente, nosso interesse nada tem a ver com repressões e dominações, mas com a libertação dos cativos pelo conhecimento da Verdade [Jo 8:32, 36]”.
Certamente entre os evangélicos brasileiros existe quem tome um partido ou outro. Como em tantas outras questões, não há uma posição única no meio protestante. O que parece ser a questão principal é como a interpretação de textos bíblicos usada até hoje continuará sendo ensinada.
No momento em que as autoridades governamentais passam a reconhecer  a possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo, resta às igrejas apenas ensinar a maneira como cada uma crê. O grande dilema de nossos tempos, evidenciado mais uma vez nessa matéria da revista, é que as vozes dissonantes dentro da igreja evangélica mais confundem do que esclarecem os “de fora”.
Ao mesmo tempo em que há pastores e pastoras defendendo que uma pessoa não precisa mudar de opção sexual, outros tantos não abrem mão de lembrar a necessidade de um novo nascimento.
Quando uma revista secular se dispõe a perguntar a cristãos de diferentes tradições se “Ser gay é pecado?” e ouve ao mesmo tempo, “sim”, “não” e “depende”, é sinal de que o conceito de pecado já não é mais o mesmo para os evangélicos brasileiros.

Gospel Prime

Campanha ateísta de Natal diz que a crença em Jesus é igual a crer no Papai Noel


Agência Pavanews, com informações de Huffington Post
Ateus Americanos estão planejando colocar mais outdoors sobre “Mitos” neste Natal.
No ano passado, a organização ateísta American Atheists chamou atenção internacionalmente por sua campanha com outdoors em Nova York dizendo “Você sabe que é um mito, neste final de ano celebre a razão”. Mas em 2011 o grupo planeja colocar novos outdoors pondo lado a lado imagens de Papai Noel, Jesus, Poseidon (deus dos mares) e o diabo. A mensagem é provocativa: “37 milhões de americanos conhecem MITOS quando os veem. Que mitos VOCÊ vê?”.
Dave Silverman, presidente da American Atheists, disse esperar que isso gere “muitas conversas em nível nacional.”
Muitos pastores dizem simplesmente que a mensagem desse ano mostra apenas  ”ignorância”, uma vez que para eles é claro que não há comparação de Jesus com os outros, seja na relevância histórica ou na fé.
Outdoors similares estão programados para os estados de Ohio, Nova Jersey e Florida.
Apesar da atenção negativa que tiveram ano passado, Blair Scott, diretor  de comunicações do American Atheists  disse que os outdoors não pretendem ofender as pessoas, mas entende por que isso acontece. ”Quando você pergunta a alguém sobre suas antigas crenças e doutrinas, eles ficam imediatamente ofendidos e ficam na defensiva: é um fenômeno psicológico conhecido”, completou .
A Convenção dos Ateus Americanos acontecerá em Fort Lauderdale, Flórida,  dias 17 e 18 de dezembro. Uma campanha especial com outdoors naquele Estado dirá ”2 milhões de moradores da Flórida não acreditam em deuses”. A campanha de Natal da associação ateísta deve ter início dia 11 de dezembro.
No ano passado, a Liga Católica  Americana rebateu o outdoor de Nova York, colocando quase ao lado, outro que dizia “Você  sabe que é real. Neste Natal celebre a Jesus”. Ainda não há  confirmação que alguma instituição cristã  fará o mesmo este ano.

Pavablog

Serginho Groisman vai apresentar especial gospel da Globo

Tudo confirmado para o especial de fim de ano que a Rede Globo vai promover focado no público evangélico: o Festival Promessas. Pouco a pouco, a emissora vai percebendo o potencial do segmento chamado gospel, principalmente na música, tendo já investido em famosos talentos como Davi Sacer, Diante do Trono e Ludmila Ferber com gravação de seus CDs.
Agora chega a vez de realizar um programa específico para esse público. Talvez, não apenas valendo-se da possibilidade de grande audiência, mas também por tentar recuperar a credibilidade da emissora diante de muitos evangélicos que têm rejeitado conteúdo, nível e propostas de muitas programações da Globo.
Serginho Groisman será o apresentador do Festival Promessas e a direção de núcleo ficará por conta de Luiz Gleiser. O show de música está marcado para o dia 10 de dezembro, na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, e deve ir ao ar no dia 18 (domingo), abrindo a programação especial de fim de ano. Nove artistas e grupos importantes da música gospel nacional se apresentarão. Isso é que é força gospel.

VerdadeGospel.com

Entrevista exclusiva com John Piper

O autor e teólogo vislumbra a falência do teísmo aberto e destaca a importância da pregação sobre o sacrifício de Cristo.
Adepto de uma teologia ortodoxa, defensor de posições que levam muitos a acusá-lo de fundamentalista e dono de um discurso bastante incisivo, John Stephen Piper é uma figura que se destaca numa época da história do cristianismo em que se tornou charmoso seguir o discurso heterodoxo da Igreja emergente, ostentar a crença no liberalismo teológico, manter um discurso baseado num amor divino água-com-açúcar ou mergulhar de cabeça na teologia da prosperidade. Esse posicionamento levou o pastor da Igreja Batista Bethlehem, em Minneapolis (EUA), a se tornar uma referência para os mais conservadores – e, simultaneamente, uma figura rejeitada pelos mais liberais, que o acusam de “não pregar o Evangelho do amor”.

Piper tem uma história de vida cheia de marcos dolorosos. Filho de um evangelista ausente, que viajava por todo o país plantando igrejas. Perdeu a mãe numa batida de ônibus. E, aos 60 anos, no dia de seu aniversário, recebeu a notícia de que estava com câncer de próstata – do qual se recuperou após uma cirurgia. Com 65 anos de idade, é casado com Noël Piper desde 1968, com quem tem quatro filhos, uma filha e um grupo grande de netos. Formado em Teologia pelo Wheaton College em 1968, tornou-se mestre em divindade pelo Fuller Theological Seminary três anos depois. O doutorado veio em 1974, em Estudos do Novo Testamento, na Universidade de Munique, na Alemanha. Seu ministério pastoral começou em 1980, após o que Piper define como “um chamado irresistível de Deus para pregar”. Por fim, ganhou notoriedade nacional e internacional após a publicação de seu livro Desiring God, originalmente chamado no Brasil de Teologia da alegria e posteriormente rebatizado de Em busca de Deus (Shedd Publicações).

Em 1994, Piper criou o ministério Desiring God, que, nas suas palavras, foi idealizado para “disseminar a paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas para a alegria de todos os povos em Jesus Cristo”. A quem segue essa filosofia, Piper cunhou o termo “hedonista cristão”. Amado ou criticado, o conferencista, poeta e escritor de 37 livros tem sido uma voz que vem ecoando nos quatro cantos do chamado universo evangélico.

John Piper concedeu esta entrevista exclusiva a REVISTA CRISTIANISMO HOJE, onde fala sobre assuntos que têm movimentado os debates teológicos e pastorais dos nossos dias. Temas com teísmo aberto, heterodoxia da e os efeitos da modernidade sobre o cristianismo, entre outros. E preferiu não responder a outras questões, como sua reação polêmica ao suposto universalismo do pastor emergente Rob Bell, considerada por muitos como falta de amor cristão.


CRISTIANISMO HOJE Depois da tragédia no Japão, em março, o senhor declarou que toda calamidade é um chamado de Deus para que os que permaneceram vivos venham a se arrepender. Essa declaração entra em choque direto com o chamado teísmo aberto, que estabelece uma suposta incapacidade de Deus de interferir nessas situações. Qual é exatamente a sua visão sobre essa corrente teológica?


JOHN PIPER – A menos que eu esteja desinformado, o teísmo aberto não teve muita repercussão nos Estados Unidos. Não vejo essa teologia ganhando terreno. As pessoas mais informadas biblicamente enxergam a negação da preciência de Deus como um conceito espiritualmente e intelectualmente repugnante. Elas sabem intuitivamente que Deus não é Senhor se não pode saber tudo o que virá a acontecer no futuro. O caso exegético que Greg Boyd, Clark Pinnock [principais expoentes dessa corrente teológica nos EUA] e outros tentaram estabelecer não convenceu os leitores mais cuidadosos da Bíblia.

E quanto às implicações pastorais do teísmo aberto?

Essas implicações não são percebidas pela maiora dos cristãos como algo reconfortante – a saber, o fato de que o mal que você vivencia pode ter surpreendido Deus da mesma forma que surpreendeu você. A maior parte dos crentes em Jesus entende que existe uma esperança bíblica muito maior de conseguirmos alcançar paz ao vivenciarmos o problema do mal por meio da sábia soberania de Deus – a posição reformada – ou da concessão do Senhor à autodeterminação humana (posição arminiana). Nenhuma dessas duas visões nega a preciência de Deus do jeito que o teísmo aberto faz.

Presenciei debates entre integrantes da chamada Igreja emergente, em que proponentes da versão brasileira do teísmo aberto – a chamada teologia relacional – foram bem ofensivos ao senhor. Cheguei a ouvir um pastor bastante influente entre jovens chamar o senhor publicamente de “fundamentalista enrustido de neocalvinista”. Como o senhor lida com esse tipo de reação?

Lido com esse tipo de crítica principalmente ao preparar e disponibilizar sermões, livros e artigos sólidos que são basedos o mais explicitamente na Bíblia que sou capaz de fazer. Rótulos desse tipo vão pegar ou não, em longo prazo, em função do que nós dizemos e fazemos e nunca pelo modo como respondemos aos nossos críticos. A pergunta é: ao longo de 30 anos de vida pastoral, de testemunho público e de uma produção literária sólida, a maioria dos cristãos espiritualmente saudáveis é auxiliada ou é ferida pelo que eu faço e digo? Conhecemos a árvore pelos frutos. Eu quero ser bíblico; então, ser “enrustido”, “fundamentalista” ou “calvinista” é bastante secundário. Desejo que, no todo, meu ministério seja definido pelas Escrituras. O Corpo de Cristo fará esse julgamento no curto prazo – e Jesus fará no fim.

O senhor já se manifestou criticamente em relação ao fato de o homem fazer planos – deixando claro que, em sua opinião, Deus não deseja que confiemos em nossos próprios meios. Como fechar a conta de maneira equilibrada, uma vez que a própria Escritura recomenda o planejamento das atividades humanas?

Respondo isso com a Bíblia. “Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória” (Provérbios 21.31). “Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos” (Provérbios 16.9). Deus nos deu vontade e raciocínio. Ele deseja que nós os usemos para discernir sua vontade e realizá-la, conforme Romanos 12.2. E Deus é absolutamente soberano sobre os mais ínfimos aspectos de nossas vidas. “A sorte é lançada no colo, mas a decisão vem do Senhor”, diz o autor de Provérbios. Assim, Deus deseja que nós decidamos na dependência de sua graça capacitadora, que planejemos na dependência de sua maravilhosa graça e que ajamos na dependência de sua maravilhosa graça.

Qual seria a razão para isso?
 A razão para isso é tamanha que, quando decidimos, planejamos e agimos, Deus recebe a glória por todas as coisas boas que advirão: “Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre (I Pedro 4.11).

E de que modo saber que Deus é soberano em todas as nossas ações deve influenciar nossas ações cotidianas?
Essa certeza deveria tornar-nos humildes, ousados e prontos para arriscar tudo pela glória do Senhor.




Defensor da ortodoxia e tido pelos críticos como intransigente, Piper enaltece o valor da Palavra: “Tive um chamado irresistível para pregar”.





 Recentemente o senhor tirou um período sabático de oito meses. Qual foi o seu propósito ao se retirar da igreja por um periodo tão extenso? 

Uma situação de estresse e a avaliação de questões espirituais em três áreas de minha vida me conduziram ao ponto de solicitar esse período de afastamento. Eu queria fazer uma análise em aspectos relacionados à minha alma, à minha família e ao meu ministério. E, quando me refiro a essa análise, estou me referindo a um esforço dedicado a discernir as motivações do meu coração, os padrões adotados em minha vida familiar e o ritmo de meu ministério. Às vezes, a melhor maneira de discernir a natureza de suas motivações é parar de fazer o que você está motivado a fazer. E, às vezes, os motivos de estresse podem ser de tal natureza que a melhor maneira de ver se eles são recompensadores – e podem ser – é removê-los. Fico feliz por ter me afastado esses meses.

E quais foram os resultados que esse período sabático lhe proporcionou?

Vou mencionar apenas um resultado: ao participar dos momentos de louvor em uma igreja irmã, confirmei para minha própria alma que amo Jesus em adoração e não apenas me realizo ao ajudar outras pessoas a amá-lo. Além disso, amei ouvir pregações bíblicas, mesmo quando não era eu o pregador. E também amei cantar junto com o povo de Deus, mesmo quando aquelas pessoas não faziam parte do rebanho que eu discipulo na igreja que pastoreio.

Muitos pastores hoje em dia dividem o púlpito das igrejas que lideram com uma série de outras atividades eclesiásticas, além de atuar como escritores e palestrantes – o que é o seu caso. Essa diversidade não prejudica o chamado intrínseco ao pastorado? 

Um ministério mais amplo fora da igreja local pode impedir o pastoreio do rebanho. Afinal, se estou palestrando em uma conferência ou me dedicando a escrever um livro, não estou junto às minhas ovelhas nesses momentos. Logo, minha presença pessoal no pastoreio pessoal é menos frequente. É então que surge a pergunta: será que um pastoreio que segue esse modelo deve ser impedido? Não, desde que você tenha parceiros no ministério  – vocacionados ou não-vocacionados – que o auxiliam na condução desse trabalho.

Há possibilidade de a Igreja contemporânea resgatar a ortodoxia bíblica? Em sua opinião, quando o pêndulo vai se inclinar na direção da fé impoluta?

Todas as coisas são possíveis para Deus. Nenhum cronograma escatológico bíblico exige que as coisas se tornem piores no período da História do mundo em que estamos vivendo. Historicamente, Deus provocou reviravoltas espirituais, teológicas e sociais em alguns dos piores momentos da caminhada da humanidade. Não tenho nenhuma percepção clara nem discernimento da parte do Senhor para os nossos dias, tanto no que tange a um possível desdepertamento, a uma depuração ou a uma reforma de sua Igreja. Minha tarefa não é saber o que ele vai fazer, mas trabalhar e orar para o que ele pode fazer por meio da fidelidade de seus servos.

No Brasil, a teologia da prosperidade impregnou os setores da Igreja que estão com mais visibilidade na mídia, importada de ensinamentos de Kenneth Hagin e outros. Isso gerou uma enorme reação negativa da sociedade à Igreja e desvirtuou profundamente a mensagem do Evangelho. De que modo os setores mais ortodoxos da Igreja devem reagir a isso?

Parece-me que uma das testemunhas mais claras contra o “evangelho” herético da prosperidade é uma Igreja humilde, pronta a se sacrificar e a sofrer pela causa do verdadeiro Evangelho. E, com essa finalidade, nós precisamos de uma teologia bíblica robusta que fale de sofrimento e da soberania de Deus. Então, creio que os pastores deveriam abordar em suas pregações o tema do sofrimento.

De que modo?

Através de uma abordagem saudável da verdade de que Deus é mais glorificado em nós quando nos contentamos nele. E a grandeza de seu valor brilha mais reluzentemente quando esse contentamento é sustentado por meio do sofrimento e não da prosperidade. Isso redunda em que a glória de Cristo é nosso maior tesouro – e não riqueza, saúde, família ou mesmo a nossa própria vida. Logo, a pregação deve continuamente mostrar não que Jesus é o caminho para a properidade, mas que ele é melhor que prosperidade.



Deus é mais glorificado em nós quando nos contentamos nEle. E a grandeza de seu valor brilha mais reluzentemente quando esse contentamento é sustentado por meio do sofrimento e não da prosperidade.


Outro movimento teológico que cresce no Brasil é o dos chamados "cristãos cansados da igreja": pessoas que foram feridas por pastores, membros, hierarquias, liturgias e instituições e que, por isso, defendem o exercício da fé cristã fora das estruturas eclasiásticas tradicionais. Como devemos responder a esse fenômeno, como indivíduos e como comunidade de fé?

 É impossível seguir o Senhor Jesus sem amar o seu povo. A apóstolo João disse que sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos – e que quem não ama, permanece na morte (I João 3.14). O olho não pode dizer para a mão que não precisa dela. Assim, mesmo que uma pessoa abandone uma igreja institucional, o espírito de adoção vai conduzi-la a outros crentes em Jesus. E, mais cedo ou mais tarde, essa comunhão vai desenvolver algo como “estruturas eclesiásticas” institucionais. A Bíblia regulamenta a igreja por meio de presbíteros e diáconos, conforme I Timóteo 3. Algo parecido com isso vai surgir, a menos que a referida comunhão se retire da Palavra de Deus e do amor.

E qual é a atitude cristã correta em relação a esses que se afastaram? 

Deveríamos nos arrepender em amor dos pecados que eventualmente tenham afastado essas pessoas e estabelecer reformas que removam todos os tropeços antibíblicos. E, então, deveríamos, com toda humildade, tentar trazê-los de volta.

O tráfego de informações e influências por meio da internet tem feito as paredes denominacionais, doutrinárias e teológicas cairem de modo inédito na história do cristianismo. Isso ocorre pela ação de blogs, redes sociais, sites de transmissão de vídeos e similares, essenciamente. O senhor consegue enxergar, em médio e longo prazos, que efeitos esse fenômeno trará para a Igreja, em especial no processo de formação de conceitos na mente de cada cristão?

Não, não consigo. É muito cedo para dizer que efeitos advirão disso tudo. É fácil se tornar um profeta do apocalipse e predizer os efeitos que a informação e o entretenimento desenfreados terão sobre nós. Certo é que atualmente andamos mais distraídos. Dedicamo-nos muito mais a buscar frivolidades na internet. Também estamos mais facilmente em contato com material que pode nos corromper, como pornografia ou imbecilidades que anestesiam a nossa alma. Porém, nada disso é irreversível. E as possibilidades de colocar à disposição materiais positivos para uma quantidade cada vez maior de pessoas devem superar os problemas. É por isso que devemos orar – e é nesse sentido que devemos trabalhar.



  

Publicado com a autorização de Cristianismo Hoje.
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