Parou por quê?
MAGNOS ALVES
Ampliação da Cadeia Pública, reforma da Defur, construção do Parque da Cidade e do Complexo Viário da Abolição, o que essas obras têm em comum? Primeiro: são obras administradas pelo Governo do Estado. Segundo: são obras em Mossoró. E terceiro: são obras que estão paradas.
De acordo com a Secretaria Estadual da Infraestrutura, além dessas quatro, outras três obras do Governo do Estado estão paradas em Mossoró desde o ano passado, herança do governo que passou.
Nesse pacote, se destacam as obras de construção do Complexo Viário da Abolição e do Parque da Cidade, que representam investimentos milionários, mas que não conseguem sair do lugar. O Complexo representa investimento de R$ 72 milhões, enquanto que o Parque vai consumir outros R$ 18 milhões.
No Parque da Cidade, a única coisa que foi feita até o momento foi a construção do canteiro de obra, que atualmente não conta com nenhum trabalhador. O movimento no local deve-se apenas à presença dos vigias.
A obra, que deveria ser entregue em 300 dias, não andou um palmo e quando ela vai ao menos ser iniciada ninguém sabe.
Ao dar o pontapé inicial nas obras do Complexo Viário - que na verdade só foi iniciada meses depois - a então Ministra Chefe do Gabinete Civil e atual presidenta, Dilma Rousseff (PT), destacou que a obra iria desafogar o trânsito na BR-304, rodovia que é passagem obrigatória para milhares de caminhoneiros.
Porém, com a lentidão das obras, o Complexo está mesmo é complicando mais o trânsito, como no caso do trecho onde está sendo construído um viaduto no trevo de acesso a Fortaleza e Natal - para quem chega e sai de Mossoró, respectivamente.
Para realizar a obra, a empresa EIT precisou fazer desvios que, na opinião dos motoristas, ficaram bastante perigosos. "Os desvios ficaram muito fechados e, principalmente, no de acesso a Fortaleza pode ser que motoristas em alta velocidade e desavisados não consigam fazer a curva", opinou o carreteiro José Damião de Aquino.
Em visita ao canteiro de obra da EIT, a reportagem constatou que apenas sete homens estavam trabalhando, mas nenhum diretamente na obra do viaduto - faziam apenas ferragens.
Em outro local - no trevo de acesso a Apodi - onde deve ser construído mais um viaduto, a situação era ainda pior. O único trabalhador presente no local era um vigia, que informou que estava na empresa há oito meses e durante apenas um foi feito algum tipo de serviço no local, que conta apenas com o início do levantamento das hastes do viaduto.
A obra do Complexo Viário foi iniciada em janeiro de 2010 pela parte de terraplanagem, mas um ano depois nem mesmo esse serviço foi finalizado.
Muito pelo contrário, devido a muitas paralisações, inclusive por falta de pagamento, a terraplanagem está apenas 50% concluída, conforme informou Céliton Luiz, diretor da CLC, empresa contratada pela EIT para fazer a terraplanagem.
Céliton disse que a expectativa é retomar o serviço antes do final de fevereiro, "mas para isso acontecer vai depender do cronograma de desembolso dos recursos".
A reportagem tentou falar com Dorian Freire, engenheiro responsável da EIT, mas ele não atendeu o celular nas várias tentativas feitas.
Com prazo de 18 meses para entregar o Complexo Viário pronto - que a contar do início das obras em janeiro de 2010, se encerraria no próximo mês de agosto -, a EIT vai ter que rever esse prazo, para quando só Deus sabe.
O mesmo terá que ser feito com a obra do Parque da Cidade, de ampliação da Cadeia Pública, de reforma da Defur.