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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pais passam 30 horas em filas para matricular os filhos em escola da rede estadual


Ferindo a dignidade humana e os direitos dos cidadãos. Enfrentando ainda forte calor e alguns momentos padecendo sob os efeitos da chuva e frio, pais permaneceram durante 30 horas em filas para tentar matricular os filhos na escola. O fato triste que teoricamente  fazia parte do passado do ensino público, ocorreu ontem, 4, na Escola Estadual Professor Inalda Cabral, no bairro Santo Antônio.
O período de matrículas inicia somente hoje. No entanto, devido à mensagem no comunicado fixado no portão da referida instituição que enfatizava: "Só há 40 vagas para o 1º ano do ensino fundamental, sendo 20 para turno matutino e 20 para o vespertino", os pais decidiram adiantar-se e desde ontem estão "plantados" numa longa fila no anseio de assegurar uma vaga para o filho.
Em uma comunidade carente, padecente de problemas sociais, a educação dos jovens é a esperança para por um futuro digno, longe da violência e das drogas. Neste contexto, para não deixar os filhos fora da escola e distanciá-los das ameaças oriundas da criminalidade, mesmo cientes das incertezas de que o esforço seria recompensado com inclusão das crianças no cadastro de alunos da instituição, os pais submeteram-se ao martírio pelas escassas vagas.
Segundo a dona de casa Joana d’Arc, desde as 2h de ontem, munidos pelo mesmo anseio de matricular os filhos na Escola Inalda Cabral, os pais e mães iniciaram a formação das filas defronte a instituição. De acordo com ela, a madrugada difícil, com frio e medo da insegurança foram motivos para permanecer toda a noite em claro. "Estou aqui para tentar conseguir duas vagas para os meus dois filhos. E ficaremos até as 7h30 de amanhã (hoje), quando começa o cadastramento", revela.
Tornando ainda mais o processo incômodo, muitas mães foram obrigadas a levar as crianças para esperar na fila. Umas pelo motivo de os pais estarem no trabalho e outras devido à insistência do ser fraterno para deixá-las sobre os cuidados. "Como não temos com quem deixar as crianças, trazemos para ficar aqui nessa situação", reclama uma das mães.
O diretor da Escola Inalda Cabral, José Gandhi, lamenta a atual situação do processo de credenciamento dos novos alunos. Ele afirma que, em virtude da falta de estrutura, não há possibilidade de oferta um número maior de vagas.
"Não temos outra saída, porque não há salas de aula suficientes. Ficamos tristes de eles enfrentarem essa situação lamentável. Mas, no ano passado, foi pior, já que apenas 20 vagas foram disponibilizadas. Há bastante tempo reivindicamos junto ao Governo do Estado uma reforma para ampliação da escola, mas até agora não fomos atendidos", declara o representante da direção.    

O Mossoroense

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