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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

UTI Neonatal da Dix-Sept Rosado passa a funcionar apenas com três leitos

Desde a última sexta-feira, 22, a direção da Casa de Saúde Dix-sept Rosado desativou os quatro leitos de UTI Neonatal não-credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Como o hospital é o único que dispõe deste tipo de serviço no Oeste potiguar, a partir de agora, serão apenas três leitos para atender Mossoró e região.   
De acordo com o diretor da Dix-sept Rosado, André Neo, a medida foi tomada por causa dos gastos excessivos que a Casa de Saúde vinha tendo  com o serviço. Ele destaca que para manter cada leito da UTI Neonatal custa em média R$ 120 por dia. Sendo assim, o prejuízo da Casa de Saúde com os leitos não-credenciados chega a cerca de R$ 16 mil por mês.
O diretor informa que há mais de 18 meses, a Casa de Saúde tem arcado com custos e responsabilidades dos leitos não-credenciados. "Prestamos assistência a uma média de oito crianças por dia e muitos desses gastos são nossos. Não estamos recebendo a devida cobertura dos órgãos públicos competentes para a manutenção do serviço. Financeiramente, não temos condições de manter essa assistência", afirma.
Também por falta de credenciamento a Casa de Saúde desativou três dos dez leitos de unidade para recém-nascidos de médio-risco. Ele afirma que já informou esse fato à Secretaria do Município, ao Estado e ao Ministério da Saúde.     
A plantonista da UTI Neonatal, a pediatra Gisélia Morais, afirma que os três leitos da UTI Neonatal serão insuficientes  para atender  a demanda  na Unidade. "Vamos ter que encaminhar os  casos   emergenciais para Natal, o que provavelmente  vai ser outro o problema, porque a Capital também não dispõe de leitos suficientes para atender essa nova demanda". Além disso, esses casos  serão encaminhados para a capital sem a assistência necessária. O obstetra Manoel Nobre explica o porquê. "Não existe incubadora para transportar recém-nascidos. Assim,  a solução é  encaminhar as  gestantes de risco a Natal".   
O profissinal lamenta a desativação dos leitos. “A população é quem vai sair prejudicada”. De fato, a UTI neonatal está ajudando a salvar a vida de muitos recé-m-nascidos.
É o caso da filha da a assuense Ana Maria, do sítio Boa Vista. Ela enfatiza o trabalho prestado pela Casa de Saúde Dix-sept Rosado com a Maternidade Almeida Castro. Foi lá que ela teve sua filha no último sábado, 23. A menina nasceu pré-matura, com sete meses. A mãe afirma que teve toda assistência possível do hospital. "Se não fosse a UTI daqui, a minha filha tinha morrido, porque não existe esse tipo de serviço onde moro e não tenho condições de ir para um lugar mais longe que esse", conta.
André Neo lembra que, além da questão da UTI Neonatal, outro problema é o aumento no número de partos feitos na Almeida Castro.  nos últimos anos, Mossoró perdeu três maternidades: a Mater Dei, a Duarte Filho e a Santa Luzia. A cidade perdeu nada menos que 450 leitos credenciados. Por causa disso, a única maternidade da região é a Almeida Castro - ligada à Casa de Saúde Dix-sept Rosado. "Estamos sobrecarregados. A média é de 500 partos por mês. Há dois anos, esse índice era de 250: ou seja, houve um aumento de 100% em pouquíssimo tempo".

http://www2.uol.com.br/omossoroense/mudanca/conteudo/cotidiano.htm

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