Magnos Alves
Da Redação
Na saúde pública sempre foi comum o encaminhamento de pacientes das cidades do interior para tratamento na capital. Porém, nos últimos dias, no Rio Grande do Norte está ocorrendo algo novo. É verdade que os pacientes continuam sendo mandados de Mossoró, Baraúna, Assú, Upanema, entre outros municípios, para Natal. Mas também está acontecendo o inverso: pacientes da capital estão sendo enviados para o interior, precisamente para Mossoró.
Nos últimos dias, vários pacientes atendidos na rede pública da capital foram enviados para tratamento cardiológico no Hospital Wilson Rosado em Mossoró.
Esse fato está acontecendo porque Natal não conta atualmente com hospital ou equipes médicas credenciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atuar com cardiologia.
O encaminhamento para Mossoró, inclusive, está pegando os pacientes e seus familiares de surpresa. "Quando chegamos ao hospital, fomos informados que ele seria encaminhado para o interior. Mas não foi feita qualquer explicação", contou Maria Isabel, filha de seu Luciano, que precisa passar por um procedimento de angioplastia.
Josiel de Souza também teve sua mãe encaminhada para Mossoró. Ele relatou as dificuldades de sair da capital para o interior. "Não temos familiares em Mossoró, ou seja, não temos onde ficar", observou.
A secretaria estadual da Saúde justificou que não existe hospital ou equipe credenciada em Natal porque ao final do último contrato foi feito um pedido de reajuste fora do comum. "O valor pago era 1x e as equipes passaram a pedir 5x', explicou a secretária.
A promotora de Defesa da Saúde de Natal, Iara Pinheiro, informou que está apurando os acontecimentos. Ele está convocando as equipes para explicar o pedido de reajuste.
O envio de pacientes de Natal para o Wilson Rosado vai aumentar a concorrência pelos leitos do hospital.
Porém, segundo a secretária municipal da Saúde, Jaqueline Amaral, os encaminhamentos foram feitos por que o Wilson Rosado tem estrutura para atender.
Jaqueline disse também que não haverá prejuízo para os cofres públicos do Município, já que as despesas com esses pacientes serão arcadas pelo Estado. "O atendimento foi regulado para Mossoró e os recursos são enviados", garantiu a secretária.
Jaqueline ressaltou que não haverá prejuízo para os pacientes de Mossoró e região que necessitarem do mesmo tipo de atendimento, "pois acredita que os leitos de Mossoró não serão sacrificados".
O encaminhamento de pacientes da capital para o interior deve durar pelos próximos três meses.
Jornal Gazeta do Oeste
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