Gilberto Dimenstein da Folha escreve sobre influência da
religião
O
ataque de José Serra ao material produzido pelo Ministério da Educação contra a
homofobia – o chamado Kit-Gay – revela, mais uma vez, a crescente influência da
religião nas eleições. E como o PSDB se curvou ao voto de pastores e
padres.
Na sua eleição passada,
Serra já tinha levantado a questão do aborto para atacar Dilma Rousseff. Foi
Dilma, aliás, diante da pressão dos evangélicos quem vetou aquele material que
seria aplicado nas escolas.
Celso Russomano está, segundo o Ibope, empatado em primeiro lugar com
Serra. Mais que isso, venceria no segundo turno. Como sabemos, o prestígio dele
foi vitaminado pela sua presença na TV Record, uma emissora controlada por
evangélicos.Gabriel Chalita tenta fazer de seu catolicismo um jeito de obter
votos nas igrejas – e, claro, também faz coro à visão de Serra sobre vários
temas que deveriam ser tratados como saúde pública.
Na
cidade que tem como marca a diversidade, alguns temas -como a homofobia –
deveriam ser tratados ainda com mais atenção, tantos são os casos de violência
contra as minorias.
Olhando os candidatos,
confesso que, muitas vezes, me sinto estrangeiro na minha própria cidade. A
cidade que eu vejo é aquela que adora e cultua a diversidade e a criatividade.
Verdade, podem me acusar de bairrista: gostaria mesmo que São Paulo fosse uma
imensa Vila Madalena.
Gilberto
Dimenstein ganhou os
principais prêmios destinados a jornalistas e escritores.
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