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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sem escolta

Sem escolta
Um ofício enviado pela direção do Centro de Detenção Provisória Masculino de Mossoró ao juiz da 5a. Vara Criminal, Cornélio Alves de Azevedo Neto, informa a falta de agentes para fazer a escolta de presos em audiência nas varas criminais da comarca local. Ou seja, estão comprometidas as audiências com presos, o que poderá atrasar a tramitação dos feitos criminais na comarca e no Estado, além de ameaçar o cumprimento das metas definidas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em relação aos prazos para término dos processos. O problema não é de hoje, mas se agravou com a quebra de acordo firmado entre o Ministério Público e o Governo do Estado, com data em 28 de maio deste ano. Ficou estabelecido que a Polícia Militar passaria a fazer as escoltas, substituindo os agentes penitenciários, como forma de solucionar um outro problema no sistema carcerário: o déficit de agentes nos presídios estaduais. Até aí tudo bem. Só que um outro ofício, com assinatura do comando do 2° Batalhão de Polícia Militar (BPM), desfez o acordo, ao informar da impossibilidade de policiais militares continuarem fazendo a escolta dos presos, até porque essa não é função da PM. No entanto, a Polícia Militar propôs continuar acompanhando detentos da Cadeia Pública de Mossoró e da Penitenciária Agrícola Mário Negócio. O problema é que não fará o mesmo em relação aos ocupantes do Centro de Detenção Provisório Masculino de Mossoró. No ofício enviado ao juiz Cornélio Alves, comunica que a escolta será suspensa a partir do dia 11 de outubro, no caso ontem. O problema é gravíssimo, à medida que interrompe o já atrasado processo de audiências de presos criminais, o que sugere que esses presos continuarão superlotando o sistema penitenciário do Rio Grande do Norte. O pior é que o Governo não havia se pronunciado sobre o assunto até ontem, o que sugere completa falta de responsabilidade com a estrutura carcerária do Estado.
César Santos
Jornal de Fato

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