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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mossoró tem média de um médico para mil habitantes

Um médico para grupos de mais de mil habitantes. Essa é a estimativa da Associação Médica de Mossoró (AMM) para o número de profissionais disponíveis para atender a população mossoroense.
Conforme o presidente da AMM, João Firmino, no último levantamento constatou-se que a entidade tem 120 médicos associados. E, apesar de não haver um diagnóstico detalhado do número de médicos atuantes na cidade, a Associação estima que existam por volta de 250 profissionais atuando nas redes públicas e privadas da cidade. "Esses dados não são exatos, pois alguns médicos prestam atendimento no município e em seguida retornam às cidades de origem", ressalva o presidente.
De toda forma, são pouco mais de 250 profissionais que atendem um público estimado de mais de 250 mil habitantes, conforme dados preliminares do Censo 2010, em fase de finalização pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, Mossoró apresenta-se no limite da média preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de até um médico para cada grupo de mil habitantes.
No entanto, a cidade tem um detalhe peculiar na área da saúde, que causa preocupação aos profissionais da área. O município é uma cidade-polo e atende pacientes de cerca de 60 cidades circunvizinhas, o que resulta na carência de médicos, agravando mais o atendimento na saúde. Para especialistas, o número de médicos que atuam em Mossoró é insuficiente para atender toda a demanda do município, e isso culmina na demora e sobrecarga do acolhimento de saúde aos mossoroenses.  
Esta teoria é comprovada na prática pelos usuários do sistema de saúde. "Antigamente, para uma consulta particular bastava pagar que o atendimento ocorria com rapidez, já hoje temos que marcar duas ou até três semanas para conseguir ser atendido", revela a dona de casa Aurineide da Silva, acrescentando que constantemente as clínicas estão cheias.
João Firmino destaca que, além do número total de médicos, outra dificuldade no município é médico especialista. Algumas especialidades sofrem com o quadro reduzido de doutores em relação às demandas específicas. "Temos carências de médicos especialistas em ortopedia, pediatria e neurologia. Nessas especialidades médicas, há uma deficiência de profissionais superior das demais. Outro ponto carente é o atendimento de urgência, que trabalha com quadro de médicos de plantão no limite", diz João Firmino.
Todavia, segundo ele, aumentar o número de médicos não garante esses profissionais especialistas no interior, já que muitos recorrem às capitais com mais estrutura para se especializar. Há, sobretudo, uma necessidade de políticas públicas.
Outra sugestão para trazer os médicos para a cidade é criar uma política de interiorização eficaz, com a criação de uma carreira de Estado para os profissionais com a implantação de atrativos, além de melhores condições de trabalho.
A equipe de reportagem do jornal O Mossoroense tentou entrar em contato com a titular da Gerência Executiva da Saúde, Jacqueline Amaral, para indagar sobre a referida problemática e se há projetos ou ações para contratação de novos médicos para rede municipal. No entanto, não obtive êxito nas tentativas.

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