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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

De olho nas eleições PT chama pastores para conversar

Preocupado com o que pode acontecer nas eleições deste domingo devido a subida da presidenciável Marina Silva (PV-AC) nas pesquisas de intenção de voto , o Partido dos Trabalhadores convocou para esta sexta-feira uma reunião, em Brasília, lideranças de igrejas como a Universal do Reino de Deus, a do Evangelho Quadrangular, a Batista e a Assembleia de Deus. A intenção é unificar os discursos dos pastores, para que peçam votos dos fiéis nos cultos marcados para a véspera do pleito. A tarefa, no entanto, promete ser difícil. O apoio à petista coloca várias instituições evangélicas em cantos opostos da mesa.

O encontro, organizado pelo deputado federal e bispo da Assembleia de Deus Manoel Ferreira (PR-RJ), terá protestos de fiéis. Eles estão descontentes com a decisão do religioso de anunciar o apoio do Ministério Madureira — ramo importante da Assembleia controlado por Ferreira —, à candidatura petista. “O que estamos querendo denunciar é a questão do voto de cabresto. Querem criar um curral eleitoral, estão vendendo algo (os votos dos fiéis) que não será entregue”, critica o servidor público Ismael Almeida, membro da igreja.
O maior ponto de insatisfação de parte dos evangélicos com o apoio a Dilma é o desprezo à candidatura de Marina Silva, da Assembleia de Deus. “O pastor está confundido eleição com religião, quer lucrar politicamente com a instituição. O que chama mais a atenção é que temos uma evangélica nas eleições”, reclama Ismael. Ramificação rival do Ministério Madureira dentro da Assembleia, a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil decidiu permanecer à margem do processo eleitoral, mas a maior parte dos pastores da instituição aderiu à campanha de Marina.
“Orientação”
De acordo com o bispo Ferreira, o encontro de sexta-feira não tem como intenção pressionar pelo apoio à petista, mas apenas orientar o discurso dos pastores para a votação dos fiéis. Desde que assumiu a coordenação religiosa da campanha de Dilma, este será o segundo encontro do segmento promovido pelo bispo. “Nessa hora de definição, o campo da boataria é muito forte, mas o clima é de apoio total a Dilma. Algumas pessoas divergem, mas não há tensão alguma, são pessoas sem representatividade dentro da igreja”, minimiza Ferreira.
O bispo garante que as igrejas não anunciaram apoio a Marina porque a candidata verde não buscou entendimento com o segmento religioso. “Ela lançou o nome dela sozinha e está trabalhando sobre ele, não houve conversas, apoiamento, nada mais forte. Se ela tivesse nos procurado, pode ter certeza de que receberia o nosso apoio”, garante o bispo da Assembleia. A contar pela receptividade prometida por parte dos fiéis na sexta-feira, a unidade em torno de Dilma pode desmoronar no dia da eleição.
Os evangélicos contrários ao apoio à petista devem promover o protesto com diversas faixas, exigindo o posicionamento da candidata em temas polêmicos como a questão do aborto, a união homoafetiva e a descriminalização da maconha. A manifestação será semelhante à enfrentada por Dilma no fim de julho. O encontro de sexta está marcado para a sede da Assembleia de Deus em Brasília, na 910 Sul, às 10h.
Fonte: Correio Braziliense

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