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quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Moradores brigam por causa de santo
Os moradores de Joinville, cidade localizada no estado de Santa Catarina, estão vivendo um dilema desde que o bispo da cidade Dom Irineu Scherer, encaminhou a Câmara Municipal, através do vereador e ex-padre Osmari Fritz, um projeto pelo qual a primeira sexta-feira do mês de junho seria reservada para que fosse celebrado o dia do Sagrado Coração de Jesus que passaria a ser também padroeiro da cidade.
O projeto foi aprovado pelos vereadores da cidade, com apenas um voto contrário de uma vereadora evangélica.
Aprovada no dia 15 de outubro, a lei precisaria ser assinada pelo prefeito para ter validade. Mas, antes disso, representantes da igreja evangélica foram à Prefeitura pedir veto à lei, justificando que a data seria representada por um símbolo da Igreja Católica.
— O projeto trâmitou tranquilamente. Não esperávamos essa reação. A ideia de dom Irineu contribuía para incentivar o turismo religioso e reforçar que esta é uma cidade cristã —, afirma Osmari.
Agora, o projeto será rediscutido em um conselho com todas as entidades religiosas até se chegar a uma definição e a uma data de celebração religiosa em Joinville que agrade a todos os credos.
— A questão é teológica, mas vem para a esfera prática e política. É a mesma motivação do outro projeto, mas teologicamente diferente —, afirma Osmari.
— O projeto não atendia a todas as expectativas dos cristãos. Se vai representar toda a cidade, precisa ser algo que tenha pluralidade de religiões —, comenta o pastor Gilson Siqueira, presidente do Conselho de Pastores de Joinville, que fez o pedido do veto.
Do outro lado, os representantes da Igreja Católica não viram problema em ampliar a discussão.
— Não tínhamos intenção de criar discórdia. Sugerimos a criação do dia e nem pensamos nos outros lados. Agora, vamos corrigir isso na base da conversa e respeito mútuo —, comenta dom Irineu.
Enquanto isso, o vereador Osmari Fritz aguarda a solução do problema. O que for decidido pelas entidades servirá como texto para ele encaminhar à votação na Câmara.
— Para não criar uma guerra santa, vamos criar um dia de reverência para todos os religiosos —, analisa.
O bispo dom Irineu Scherer idealizou o projeto de instituição do Sagrado Coração de Jesus como padroeiro da cidade. Ele questiona por que não há nenhuma reclamação da Igreja Evangélica nas outras cidades brasileiras onde há padroeiros e festas.
— Santa Catarina tem uma padroeira, que é Santa Catarina de Alexandria. Ela também é a padroeira de Florianópolis, mas ninguém se revolta contra isso. Não entendo por que só em Joinville não pode haver um padroeiro —, desabafa.
Jornal Mundo Gospel
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